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Fortuna de criador de porcos é a que mais cresce no mundo

Qin Yinglin começou com apenas 22 porcos e hoje a sua empresa abate cerca de 5 milhões de animais por ano

Redação

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Na China, a crise da carne suína preocupa consumidores e levou a inflação para o nível mais alto em anos em novembro, mas está por detrás de alguns sucessos. Qin Yinglin é o maior deles.

O patrimônio líquido do presidente do conselho da Muyuan Foodstuff mais do que quadruplicou neste ano para US$ 8,6 bilhões (R$ 35,26 bilhões) e a fortuna dele é a que mais cresce no Bloomberg Billionaires Index, um ranking das 500 pessoas mais ricas do planeta.

De acordo com dados do Ministério do Comércio da China, os preços da carne suína mais que dobraram em 2019 e levaram a inflação à maior taxa anual em sete anos. A epidemia da peste suína africana provocou a morte de milhões de porcos.

Já o lucro da Muyuan aumentou 260% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2018, impulsionado pelo encarecimento da carne suína. A empresa e outros grandes produtores provavelmente ampliaram a sua participação de mercado, enquanto companhias menores não resistiram aos prejuízos, segundo a Fitch Ratings.

“Algumas empresas estão em grandes dificuldades porque não conseguem reproduzir o seu rebanho suíno”, explicou Li Chen, analista da Fitch. “Mas algumas estão tendo grandes lucros.”

Reis da carne de porco

” A peste suína traz benefícios e danos”, disse Qin Yinglin, em entrevista publicada em março–Foto: Reprodução


Qin não é o único a lucrar com a crise. Também se destacam a WH Group, a maior produtora mundial de carne suína, cotada em Hong Kong, e a New Hope Group, que cria porcos e produz ração animal. O presidente do conselho da New Hope, Liu Yonghao, agora tem um patrimônio líquido de US$ 11 bilhões ( R$ 45,1 bilhões), quase duas vezes mais do que tinha no final de 2018.

A maior parte da fortuna de Qin vem de uma participação de 60% na Muyuan. Ele detém as ações diretamente e com a sua esposa por meio da Muyuan Industrial Group, segundo o relatório de resultados referentes ao terceiro trimestre.

Nascido na província de Henan em 1965, Qin formou-se em criação animal pela Universidade Agrícola de Henan, de acordo com o website da sua empresa. Após a formação, foi trabalhar num empreendimento estatal, mas saiu três anos depois para abrir um negócio de criação de porcos na sua cidade natal, Nanyang. Começou com apenas 22 porcos e hoje a sua empresa abate cerca de 5 milhões de animais por ano.

A companhia desinfeta caminhões, esteriliza ração com calor e filtra o ar nas fazendas para evitar a propagação da peste suína africana, afirmou Qin ao jornal South China Morning Post em entrevista publicada em março.

Não há vacina aprovada contra a doença, que pode ser fatal para porcos, mas não afeta a saúde humana.

“A peste suína traz benefícios e danos”, afirmou Qin na entrevista. “Precisamos de enfrentar este furacão violento e torná-lo uma excelente oportunidade para o nosso desenvolvimento.”

*Da Bloomberg

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