Empresas e Negócios
Decisão deve levar Azul à disputada ponte aérea Rio-SP
Anac anunciou que vai distribuir os 41 slots no aeroporto de Congonhas, que eram da Avianca, por aéreas entrantes
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou nesta quinta-feira (25) que distribuirá temporariamente 41 slots (nome da licença que uma companhia aérea recebe para poder decolar e pousar num aeroporto), no aeroporto de Congonhas (SP), que pertenciam Avianca, a empresas consideradas entrantes, em uma iniciativa que vai beneficiar a Azul.
Segundo a reguladora, “a medida busca recompor a oferta do aeroporto, promover uma maior competição naquele mercado e proporcionar aos passageiros novas opções de serviços”.
São consideradas agora entrantes, empresas que possuam até 54 slots no local; antes, eram aquelas que tinham apenas 5.
Com essa mudança nos critérios, a Azul sai beneficiada, já que tem 26 slots no aeroporto mais rentável do país, responsável pela ponte Rio-São Paulo, que, pela sua localização central é o preferido para viagens de negócios.
A Latam e a Gol, com 236 e 234 slots em Congonhas, respectivamente, não poderão disputar os espaços da Avianca.
A Anac informou que a punição em caso de mau uso dos slots ou de sua eventual não utilização, consideradas as características do aeroporto de Congonhas, poderá levar a multa de até R$ 9 milhões por voo.
Além da Azul, a Passaredo, a MAP Linhas Aéreas, a Twoflex e a Air Europa, que já tem autorização para operar voos domésticos, são algumas das aéreas que se devem interessar pela disputa.
Com mais concorrência, a tendência é que as passagens aéreas na rota fiquem mais baratas.
Leilão sem efeito?
Na prática, a decisão da Anac põe dúvidas sobre o resultado do leilão e ativos da Avianca, realizado em 10 de julho. No certame, as concorrentes Gol e Latam prometeram aportar US$ 147 milhões em troca da aquisição de cinco Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), espécie de ‘mini-Aviancas’ contendo funcionários e slots da companhia aérea, em recuperação judicial desde dezembro e sem voar há dois meses.
As slots em Congonhas eram o principal atrativo da licitação. Gol e Latam só participaram depois de acordo prévio com os principais credores da Avianca, feito à revelia da Azul, que, em março, havia anunciada um acordo não vinculante de US$ 105 milhões (R$ 411,6 milhões) para comprar ativos da Avianca.