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Após CVM e entrevista à XP, Petrobras dá 5 dias para investidor desistir de oferta
CVM suspendeu captação de R$ 3 bilhões da petrolífera após declarações dadas pela diretora de relações com investidores, que quebrou regra de silêncio da operação
A Petrobras informou que, diante da suspensão, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de sua oferta de R$ 3 bilhões em debêntures, devido a declarações dadas pela diretora de relações com investidores, Andrea Almeida, a analistas da XP investimentos no canal da corretora do YouTube, os investidores que tenham aderido à oferta terão cinco dias para desistir do investimento, informou, em nota, na madrugada deste sábado (31).
A reguladora suspendeu nesta sexta-feira (30), a oferta porque, pelas regras que regem o mercado de capitais, por participar da oferta de títulos de dívida, a executiva deveria adotar período de silêncio (o “quiet period”) nos 60 dias que antecedem a operação.
Conforme comunicado enviado a CVM no começo deste sábado, o prazo para a desistência será até as 16h do dia 9 de setembro de 2019, tendo direito à restituição integral dos valores, bens ou direitos dados em contrapartidas às debêntures. A Petrobras disse que “a companhia está tomando as medidas cabíveis para reverter a suspensão e quaisquer fatos julgados relevantes serão tempestivamente divulgados ao mercado nos termos da legislação aplicável”.
Na nota, a Petrobras diz que “reitera que o investidor deve basear sua decisão de investimento na documentação da oferta (notadamente o Prospecto Preliminar e o Formulário de Referência da companhia) e nas informações divulgadas pela emissora em decorrência de suas obrigações enquanto companhia aberta, desconsiderando eventuais manifestações por parte de seus representantes, as quais podem conter impressões pessoais não adstritas a aspectos técnicos e sem apresentar aos potenciais investidores os riscos inerentes aos valores mobiliários emitidos”.
Em 16 de agosto, a Petrobras anunciou que captaria pelo menos R$ 3 bilhões em debêntures (títulos de dívida) para exploração de campos de petróleo e para reforçar o caixa da empresa.
A suspensão vale pelo prazo de até 30 dias e “poderá ser revogada, dentro do prazo acima indicado, se as irregularidades apontadas forem devidamente corrigidas. Caso contrário, o pedido de registro da oferta será indeferido”, explicou a CVM.
Entenda o caso
Andrea foi entrevistada, na terça-feira (27), por Karel Luketic, estrategista-chefe da XP, e pelo analista de petróleo do grupo, Gabriel Francisco. A conversa foi publicada pela XP no seu canal do YouTube. Segundo texto publicado no site InfoMoney, que pertence à XP, a executiva afirmou que sua missão é elevar a Petrobras ao chamado grau de investimento, o chamado selo de bom pagador concedido por agências de risco, que é “onde ela merece estar”, teria dito Andrea.
Em e-mail distribuído a clientes, a XP dizia que “depois da ação da Petrobras disparar 6%, é inevitável perguntar: ainda vale a pena comprar?”
“No dia 27, às 9h30m, ninguém menos do que a CFO da empresa, Andrea Almeida, responderá AO VIVO dúvidas sobre a companhia, diretamente dos estúdios da XP Investimentos”, ressaltava o convite da corretora, acrescentando ainda que a conversa trataria de assuntos como privatização da Petrobras e o impacto dos planos da companhia sobre o preço das ações na Bolsa.
*Com OGlobo.com