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Veja como acompanhar o discurso de Bolsonaro na ONU

Presidente vai abrir a 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos EUA, nesta terça-feira; foco da fala será a defesa das ações do governo na Amazônia, alvo de críticas da comunidade internacional

Bárbara Leite

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Bolsonaro, ao lado da mulher, Michelle Bolsonaro, ao chegar a Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU–Foto: Divulgação/Presidência

O presidente Jair Bolsonaro vai discursar na abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos EUA, a partir das 10h (horário de Brasília) de terça-feira (24). Essa é a primeira vez que ele participará do evento, que reúne, anualmente, a maioria dos chefes de Estado de todo o mundo.

O discurso, que deve durar 20 minutos, será transmitido ao vivo pela TV Brasil. Tradicionalmente, fica a cargo do presidente brasileiro fazer a fala que abre a assembleia anual a ONU.

O foco da sua fala será a defesa das ações do governo na Amazônia, após críticas da comunidade internacional aos incêndios que vêm ocorrendo na região nas última semanas. Ele deve ainda defender a soberania do Brasil e dos demais países amazônicos sobre este território. 

“Estou me preparando para um discurso bastante objetivo, diferente de outros presidentes que me antecederam”, disse Bolsonaro, na live feita pelo Facebook, na última quinta-feira (19).

“Ninguém vai brigar com ninguém lá, pode ficar tranquilo. Vou apanhar da mídia, que sempre tem do que reclamar, e vou falar como anda o Brasil nesta questão. Eles querem desgastar a imagem do Brasil para ver se criam um caos aqui. Quem se dá bem? O pessoal lá de fora. Se a nossa agricultura cair, outros países que vivem disso vão se dar bem”, afirmou na ocasião.

De acordo com porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, o principal objetivo da presença do Brasil na assembleia-geral da ONU será mudar no cenário internacional a imagem de que o país não cuida do meio ambiente.

“O Brasil expressava uma imagem de grande sociabilidade. Apesar da violência, a diplomacia, a música, a tolerância religiosa, eram aspectos importantes da imagem brasileira. As falas de intolerância modificam essa percepção. Não apenas o Brasil mostrou que o meio ambiente não é prioridade, como também a ciência”, disse à Bloomberg Andreza dos Santos Souza, diretora do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford.

Impacto negativo

A indignação com os incêndios na Amazônia tem potencial para prejudicar o Brasil. Antes do G-7, Macron ameaçou anular o acordo comercial UE-Mercosul em função do que descreveu como “mentiras” de Bolsonaro sobre seu compromisso com as mudanças climáticas.

A empresa VF Corporation, dona da Timberland, Kipling Bags e The North Face, e a H&M, segunda maior varejista de moda do mundo, suspenderam as compras de couro brasileiro, e os dois maiores investidores da Noruega alertaram as empresas globais sobre a contribuição para danos ambientais. As embaixadas brasileiras também foram alvo de protestos.

A Nestlé informou que estava reavaliando a sua compra de cacau ao país devido à questão amazônica.

Leia também: H&M suspende compra de couro do Brasil por incêndios na Amazônia

A Fitch Solutions Macro Research emitiu dois relatórios alertando para “maior escrutínio” e “riscos econômicos” após os incêndios. “Acreditamos que a preocupação internacional com o desmatamento na bacia amazônica brasileira criará ventos contrários à exportação e entradas de investimentos”, escreveu a Fitch.

Ditaduras de esquerda, acordo entre Mercosul e UE e relações com EUA

Assembleia Geral da ONU-Foto: Reprodução

De acordo com o jornal “O Globo”, Bolsonaro também aproveitará o discurso na ONU para atacar as ditaduras de esquerda de Venezuela e Cuba. Muito provavelmente, mudará o tom brando que seu antecessor, Michel Temer, adotou em relação à ditadura do venezuelano Nicolás Maduro nas duas últimas assembleias-gerais.

Bolsonaro não deve deixar de citar os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e o Mercosul. E possivelmente também fará um aceno à União Europeia, que precisa ratificar o acordo comercial fechado em junho com o bloco sul-americano.

O estreitamento das relações comerciais com os EUA também deve ser outro dos temas que serão abordados por Bolsonaro na ONU.

*Com informações da Bloomberg e agências

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