Economia

Um dia após ser solto, Lula ataca Bolsonaro e chama Guedes de ‘demolidor de sonhos’

Em discurso a uma multidão de apoiadores em São Bernardo, seu berço político, ex-presidente criticou ainda o ministro Moro e a TV Globo, e assumiu que mira as eleições: “Se a gente tiver juízo, em 2022, a esquerda vai derrotar a ultradireita”, afirmou 

Publicado

em

Foto tirada neste sábado lembra a que viralizou no dia em que Lula foi preso, em 7 de abril de 2018–Foto: Paulo Pinto/FotosPublicas 

O ex-presidente Lula participou de um ato com militantes neste sábado (9), um dia após ser solto, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, seu berço político. Foi a segunda aparição pública desde que deixou a prisão, beneficiado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que mudou o entendimento a respeito do cumprimento da pena após condenação em segunda instância. O petista volta, 581 dias depois, ao local onde falou pela última vez antes de ser preso, em 7 de abril de 2018.

Em um discurso de 45 minutos a apoiadores, Lula voltou seus ataques à Operação Lava Jato, responsável pela condenação por lavagem de dinheiro e corrupção no caso do triplex do Guarujá que o levou ao cárcere e ainda o mantém inelegível.

Também criticou o presidente Jair Bolsonaro, os ministros da Justiça e Economia, Sergio Moro e Paulo Guedes, respectivamente, e a TV Globo.

Confira abaixo as declarações:

“Ele [Bolsonaro] foi eleito. Democraticamente nós aceitamos o resultado da eleição. Esse cara tem um mandato de quatro anos. Agora, ele foi eleito para governar para o povo brasileiro, e não para governar para os milicianos do Rio de Janeiro.”

“Eu duvido que o Moro durma com a consciência tranquila que eu durmo. Eu duvido que o tal do Dallagnol durma com a consciência tranquila que eu durmo. Aliás, eu duvido que o seu Bolsonaro durma com a consciência tranquila que eu durmo. Eu duvido que o ministro demolidor de sonhos, destruidor de empregos, destruidor de empresas públicas brasileiras, chamado Guedes, durma com a consciência tranquila que eu durmo. E eu quero dizer pra eles, eu estou de volta.”

“Eu poderia ter ido a uma embaixada, eu poderia ter ido a um outro país, mas eu tomei a decisão de ir lá [ser preso]. Porque eu preciso provar que o juiz Moro não era juiz, era um canalha que estava me julgando.”

“Nós ainda não ganhamos nada. O que queremos agora é que seja julgado um habeas corpus que está no Supremo Tribunal Federal, anulando todos os processos contra mim. Falo isso sem nenhum rancor, o Moro é mentiroso. Dallgnol é mentiroso. Não é por causa do Intercerpt….tudo o que eles escreveram era para mudar o processo eleitoral.”

“Vocês não tem dimensão do que significa o dia de hoje para mim. Lá em cima [olhando para cima] está o helicóptero da Rede Globo de televisão para falar merda outra vez sobre Lula e sobre nós.” E ainda atacou outras emissoras. “A TV do Silvio Santos [SBT] está uma vergonha, a Record está uma vergonha, e a Globo continua a mesma vergonha.”

Além de criticar o ministro da Economia, o ex-presidente também reprovou a agenda de reformas e afirmou que o liberalismo no Chile, elogiado por Guedes elevou a pobreza no país vizinho.

O ex-presidente assumiu que mira as eleições de 2022. “Se a gente tiver juízo, em 2022, a esquerda vai derrotar a ultradireita”, afirmou.

Pouco antes do seu discurso, Bolsonaro fez menção à libertação de Lula com um texto postado nas redes sociais: “Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa”, disse.

Enquanto isso, houve protestos em algumas cidades contra a decisão do STF.

*Com G1 e BBC Brasil

Clique para comentar

Mais Lidas

Copyright © Economia Bárbara