Economia

Setor de serviços também frustra e cai em novembro após 2 meses de alta

Após dados decepcionantes da indústria, o volume dos serviços recuou 0,1% na comparação com outubro no pior novembro em 3 anos, segundo o IBGE, sinalizando que a economia não está tão aquecida quanto parecia; setor de transportes foi o que mais pesou; no ano, segmento ainda acumula alta

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Perda de ritmo da indústria impactou o transporte rodoviário de cargas em novembro–Foto: Simone Mello/Agência IBGE Notícias

O volume de serviços recuou 0,1% em novembro, na comparação com o mês anterior, após dois resultados positivos, sinalizando que a economia não está tão aquecida quanto parecia. Os dados são parte da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (14). Trata-se do pior novembro em três anos.

Na semana passada, a indústria também frustrou ao registrar o pior novembro em quatro anos .

A queda no serviços, porém, foi menos intensa que a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que era negativa de 0,15%.

Na comparação com novembro de 2018, no entanto, o volume cresceu 1,8%.

Para o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, a leitura do mês mostra um saldo positivo para o setor no ano.

“É uma acomodação dos últimos dois resultados. Tivemos setembro com alta de 1,5% e outubro com alta de 0,8%, acumulando 2,2% no período. Se analisamos de julho a novembro, o volume de serviços cresceu 2,9%”, explica, lembrando que o volume de serviços ainda está 9,8% abaixo do recorde alcançado em novembro de 2014.

Com indústria pior, setor de transportes recua; hotéis em baixa

Em novembro, houve quedas em três das cinco atividades: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,7%), serviços de informação e comunicação (-0,4%) e serviços prestados às famílias (-1,5%).

“A perda de fôlego é explicada pelo recuo no setor de transportes, pressionado, principalmente, pelo transporte rodoviário de cargas, que é ligado à indústria, um setor que está tendo dificuldade. Então se há uma perda de ritmo na indústria, isso acaba impactando o transporte rodoviário de cargas”, diz Rodrigo Lobo.

Além disso, o segmento de serviços de informação e comunicação recuou em decorrência da diminuição de serviços na tecnologia da informação e da exibição cinematográfica.

“Outro recuo foi nos serviços prestados às famílias, relacionados ao hotéis e serviços de bufê”, conclui o gerente da pesquisa.

As taxas foram positivas em outros serviços (1,7%) e nos serviços profissionais, administrativos e complementares (0,1%).

No ano, serviços sobem

No índice acumulado de janeiro a novembro de 2019, frente a igual período de 2018, o setor de serviços avançou 0,9%.

De acordo com o IBGE, quatro das cinco atividades sobem em 2019: serviços de informação e comunicação (3,3%), outros serviços (5,2%), serviços prestados às famílias (3,3%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (0,5%).

A única influência negativa do acumulado de janeiro a novembro de 2019 ficou com o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-2,6%).

Por Estados

Regionalmente, em relação a outubro, o volume de serviços recuou em 16 dos 27 Estados, com destaque para Mato Grosso (-5,7%), Minas Gerais (-1,1%), Pernambuco (-3,0%), Santa Catarina (-1,8%) e Espírito Santo (-3,5%). Já os principais resultados positivos em termos regionais vieram do Rio de Janeiro (0,8%) e do Distrito Federal (0,9%).

No ano, apenas 12 dos 27 Estados também mostraram expansão na receita real de serviços. O principal impacto positivo em termos regionais ocorreu em São Paulo (3,2%), seguido por Santa Catarina (1,3%), Amazonas (3,4%) e Mato Grosso do Sul (3,4%).

Por outro lado, Rio de Janeiro (-1,2%), Paraná (-2,2%) e Mato Grosso (-6,6%) registraram as influências negativas mais relevantes sobre o índice nacional.

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