Economia

Privatização da Petrobras, dólar a R$ 4,20 e Kirchner: veja o que Guedes falou sobre os temas

Ministro da Economia esteve nesta quinta em dois eventos, no Rio e em São Paulo

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Ministro Guedes afirmou que Bolsonaro está mais favorável a privatizar principais estatais-Foto: Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou nesta quinta-feira (15) de eventos no Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), no Rio de Janeiro e do Santander, em São Paulo. Privatização da Petrobras, condição do Brasil para encarar um dólar a R$ 4,20 e eventual eleição da ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner foram alguns dos temas citados pelo ministro. Veja abaixo os principais comentários do ministro sobre os assuntos.

Segundo o ministro, o governo não teme um dólar acima de R$ 4 porque o Brasil tem bons fundamentos. ” Se o dólar for para R$ 4,10 reais ou R$ 4,20 estamos preparados”, disse.

Para ele, uma desvalorização do real poderia ajudar alguns setores da indústria, como o têxtil, calçados, móveis e autopeças: “Se o mundo desacelera, caem preços das commodities, o dólar pode subir um pouco mesmo, de repente você vai reindustrializar nos setores de autopeças, carros, têxtil, sapatos, móveis, não devemos temer o efeito contágio”.

Guedes relacionou a instabilidade recente do câmbio à desaceleração da economia global e à vitória da oposição nas eleições primárias na Argentina.

Ao comentar a mudança na atuação cambial do Banco Central, anunciada na noite de quarta-feira (14), o ministro afirmou que o país está fazendo “um bom uso de suas reservas internacionais” e destacou que a venda de dólares no mercado à vista ajudará a reduzir a dívida pública.

Privatização da Petrobras

Guedes também “brincou” com o presidente da Petrobras e apontou que a privatização da estatal não está descartada pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Vamos privatizar Correios, Eletrobras, e não duvido que vamos privatizar coisas maiores, viu, Castello?”, disse Guedes, se dirigindo ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

No fim do evento no Rio, ao ser abordado para comentar se a venda seria de toda a estatal e em parte, Guedes recuou e disse: “Isso por enquanto é uma brincadeira, uma especulação. Falei (para o Castello Branco) fica alerta, pois na velocidade que o presidente (Jair Bolsonaro) está indo, pela prensa que está dando no Salim, acho que já, já chega na Petrobras”.

Cristina Krischner

O ministro também comentou sobre a eleição presidencial argentina e futura volta ao poder da esquerda com a chapa de Cristina Kirchner, como vice, e Alberto Fernández. No domingo (11), em eleições prévias das presidenciais, que acontecem em 27 de outubro, o atual presidente, o liberal Mauricio Macri, foi derrotado pela chapa, indicando sua reeleição se tornou quase impossível

Segundo Guedes, caso a ex-presidente o novo governo feche a economia ao exterior, o Brasil sai do Mercosul (união aduaneira que também integra Paraguai e Uruguai).

“Se a Cristina Kirchner entrar e fechar a economia, a gente sai do Mercosul”, disse ele em evento promovido pelo Santander em São Paulo.

Para o ministro, o Brasil nunca precisou do país vizinho para crescer: “O comércio exterior é uma cauda balançando, mas nossa preocupação principal é interna. O Brasil é uma economia continental e precisamos recuperar nossa dinâmica própria de crescimento. Nós não somos tão dependentes lá de fora”, disse.

*Com agências

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