Economia
Prévia indica que economia se afasta da recessão
IBC-Br, sinalizador do PIB, avançou em maio após quatro meses de queda
A divulgação do IBC-Br, indicador criado para antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (soma da riqueza produzida em um país) de maio, pelo Banco Central (BC), afastou o temor de que o país entraria em recessão no segundo trimestre deste ano.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,54% em maio na comparação com abril, na primeira alta do ano, segundo dados divulgados pelo BC nesta segunda-feira (15). Em abril, o país teria recuado 0,3%, de acordo com o mesmo indicador.
Na comparação com maio de 2018, marcado pela greve dos caminhoneiros, o IBC-Br apresentou avanço de 4,40% e, no acumulado em 12 meses, teve alta de 1,31%, segundo números observados.
Dado anima analistas
Os números mostram “que o segundo trimestre foi melhor que o primeiro (quando a economia caiu 0,2%), mas o crescimento ainda é fraco. O Brasil parecia arriscar um retorno à recessão, com o PIB caindo 0,16% e as perspectivas do segundo trimestre pareciam sombrias. Agora, no entanto, a atividade econômica mostra algum crescimento modesto. Depois dos números de hoje, esperamos um crescimento do PIB de 0,2% no segundo trimestre e 0,75% no ano”, segundo os economistas do banco suíço UBS.
Eles se referem a perspectivas sombrias porque em maio, a produção da indústria brasileira recuou 0,2%, e continuou mostrando instabilidade do setor. As vendas no varejo frustraram as expectativas e recuaram 0,1% sobre abril. Apenas o setor de serviços surpreendeu positivamente ao mostrar estabilidade.
Com o dado de maio, os economistas do Bradesco também esperam que o PIB cresça 0,2%. “O bom resultado (de maio) corrobora a expectativa de leve crescimento do PIB no segundo trimestre do ano”, afirmou a Rosenberg Associados em nota.
Sem conseguir engatar um ritmo mais forte, a economia brasileira ainda tem cerca de 13 milhões de desempregados, com números recordes de desalentados e subutilizados.
Na semana passada, o governo cortou sua projeção para o crescimento da economia neste ano a 0,81%, contra a previsão anterior de 1,6%.
O cenário de fraqueza da atividade e inflação comportada favorecem a perspectiva de corte de juros já na reunião de 31 de julho, em uma medida para impulsionar a expansão.
Sabe o que é recessão? #ABabiResponde
O país entra em recessão quando a atividade econômica (tudo o que o país produz) recua por dois trimestres seguidos. Como entre janeiro e março, o PIB do Brasil recuou 0,2%, um novo recuo da atividade entre abril e junho significaria que o país entrou de fato na chamada recessão técnica.
Em uma recessão, diferentes setores da economia, como a indústria, comércio e serviços estão em declínio ou não crescem.
Falta de confiança das famílias e empresários na economia devido a uma instabilidade política podem levar o país a uma recessão. Sem confiança, o consumo e o investimento caem. As empresas produzem menos e são obrigadas a demitir. Com medo do desemprego ou desempregadas, mais pessoas retardam as compras e começa um ciclo de interação entre causas e consequências.
Juros e salários ainda altos contrastam com a queda da demanda por produtos e escassez de crédito. As empresas auferem menos ganhos, perdem dinheiro com contratos futuros e tendem a vender seus produtos a preços mais baixos – o que nem sempre funciona, já que a população sente a falta de dinheiro e crédito para comprá-los.
As empresas investem e produzem menos, o desemprego aumenta, o consumo das famílias diminui, um processo de interação entre causas e consequências.
Entre abril de 2014 e dezembro de 2016 foram onze trimestres de quedas praticamente contínuas do Produto Interno Bruto na mais longa recessão no Brasil desde 1992.
Juros e salários ainda altos contrastam com a queda da demanda por produtos e escassez de crédito. As empresas auferem menos ganhos, perdem dinheiro com contratos futuros e tendem a vender seus produtos a preços mais baixos – o que nem sempre funciona, já que a população sente a falta de dinheiro e crédito para comprá-los.
As empresas investem e produzem menos, o desemprego aumenta, o consumo das famílias diminui, um processo de interação entre causas e consequências.