A economia brasileira recuou 0,13% no segundo trimestre de 2019, segundo o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país), divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (12). Como nos primeiros três meses do ano, o indicador oficial teve retração de 0,2%, serão dois trimestres seguidos de queda, o que configura recessão técnica.
Apenas no dia 29 deste mês, quando o IBGE divulga o dado oficial, se poderá constatar se a economia voltou ou não a estar em recessão, já que pode haver uma revisão da atividade nos primeiro três meses e a metodologia usada pelo instituto é diferente da aplicada pela autoridade monetária.
Em 2015, o país começou sua maior recessão da história, com queda de 3,55% na economia. Em 2016, o tombo chegou a 3,31%. No ano seguinte (2017), o PIB reagiu e avançou 1,06%. Em 2018, a alta foi de 1,12%, apesar dos analistas no início preverem avanços na casa dos 3%.
O fraco resultado do segundo trimestre deste ano já era esperado por economistas. Isso porque os componentes do PIB já haviam indicado atividade em baixa no período.
Segundo dados divulgados pelo IBGE nas últimas semanas, os três setores da atividade econômica recuaram no segundo trimestre: varejo (-0,3%), indústria (-0,7%) e serviços (-O,6%).
Segundo explicou a pesquisadora do IBGE, Isabella Nunes, o desemprego ainda alto e o número de famílias endividadas causam a retração no consumo de bens e serviços. Na indústria, a tragédia de Brumadinho, a fraca demanda interna, a crise na Argentina e a espera pela confirmação da reforma da Previdência levam ao tombo na produção.
“O comércio está paradinho. (Isso) se deve ao nível de atividade baixo, um elevado contingente de pessoas fora da força de trabalho e as famílias estão mais endividadas. Isso tudo explica o desempenho baixo do comércio este ano com comprometimento do poder de compra”, afirmou Isabella, após divulgação de dados do varejo, que decepcionaram em junho.
O Brasil tinha 12,766 milhões de desempregados nos três meses até junho, e embora a taxa de desemprego tenha caído para 12%, o mercado de trabalho fraco vem afetando o nível de consumo no país, apesar da inflação baixa.
No final de julho, o governo decidiu liberar,a partir de setembro, o saque de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep, em uma tentativa de impulso econômico diante da dificuldade da economia de engatar um ritmo sólido de crescimento.
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