Economia
Mesmo com ‘Semana do Brasil’, vendas do comércio perdem fôlego em setembro
Dados do CNDL e do SPC mostram que a atividade do varejo cresceu 1,41% no acumulado em 12 meses até o mês passado; um ano antes, a alta havia sido maior, de 1,60%
Após retomar a trajetória de crescimento em 2018, o comércio varejista apresentou desempenho mais tímido no último mês de setembro. Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que o Indicador de Atividade do Varejo cresceu 1,41% no acumulado em 12 meses até setembro deste ano. Um ano antes, a alta havia sido maior, de 1,60%.
Já nos anos anteriores, em meio a recessão econômica, os dados estavam no vermelho, com queda sucessivas de -1,37% em 2017, -5,89% em 2016 e –3,42% em 2015.
O enfraquecimento se deu mesmo com a “Semana do Brasil”, nova data de ofertas no varejo brasileiro, uma espécie de Black Friday verde-amarela, criada pelo governo Bolsonaro justamente para animar as vendas do comércio em setembro, que são tradicionalmente fracas. A campanha de descontos ocorreu entre os dias 6 e 15 setembro.
Os dados do indicador também mostram que apesar do crescimento no último mês, o ritmo de alta na atividade do varejo está menor do que o verificado nos primeiros meses de 2019, que encerrou janeiro com avanço de 2,88% e manteve nos meses seguintes altas próximas a faixa de 2%.
“Os números comprovam a tendência de recuperação do comércio após amargar perdas no auge da crise econômica. No entanto, o ritmo ainda é lento e demandará tempo para superar o patamar anterior à recessão. Fatores como renda e desemprego, que avançam timidamente, são essenciais para que a atividade varejista possa mostrar resultados mais vigorosos”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.