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Indústria tem pior junho em três anos e confirma economia ‘muito fraca’ no 2º trimestre

Produção tombou 0,6% em junho, no quarto resultado negativo do ano: veja o que causou a queda e os comentários de analistas

Bárbara Leite

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Indústria extrativa teve queda superior a 15% em junho-Foto: Divulgação

A indústria brasileira teve o pior junho desde 2016, afetado pela tragédia de Brumadinho, recuo na produção de bens ligados a investimentos e crise na Argentina, indicando que a economia brasileira patinou no segundo trimestre, depois de ter recuado 0,2% nos primeiros três meses do ano.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta (1º), a produção industrial do Brasil caiu 0,6% em junho na comparação com o mês anterior. Esse é o quarto resultado negativo no ano e o pior para meses de junho desde 2016 (-1,1%). Em relação a junho do ano anterior, houve perda de 5,9%, também o quarto dado negativo no ano e o mais fraco para o mês desde 2014.

Com esses resultados, a indústria terminou o segundo trimestre com contração de 0,7%, somando-se às perdas de 0,6% nos três primeiros meses do ano.

PIB ‘muito fraco’

Segundo relatório do banco Fator, “este foi o terceiro trimestre fechado consecutivo de resultados negativos da indústria em ambas as comparações e confirma a expectativa de um segundo trimestre de PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas em um país) muito fraco”.

A queda da indústria no segundo trimestre, de acordo com o Fator, foi causada pela indústria extrativa, que recuou 15,9% na margem e 19,4% na comparação anual. “Estes resultados chamam atenção pela força das quedas, mas estão atrelados ao efeito do rompimento da barragem de Brumadinho sobre a produção da Vale, maior empresa do setor”, destaca o relatório.

O estrategista-chefe do banco digital Modalmais, Felip Sichel, destaca que a “queda foi disseminada pelas várias categorias” e que a “produção de bens intermediários (bastante relacionada a investimento) continuou em queda”.

Segundo Giulia Coelho, economista na 4EConsultoria, a indústria vem enfrentando dificuldades além de Brumadinho, como a fraca performance do setor automotivo (devido à crise argentina) e a falta de confiança que trava os investimentos.

Para Giulia, o dado mais fraco da indústria ainda não justifica rever as estimativa para o PIB no segundo trimestre. “É preciso esperar os dados de serviços, que têm um peso bem maior no índice”, disse ela, que projeta queda de 1% para a indústria no ano, mesmo com alguma recuperação resultante da aprovação da reforma da Previdência, que pode elevar a confiança dos empresários e consumidores.

O mercado espera que a economia tenha ficado praticamente estagnada entre abril e junho.

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