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Governo acerta revisão na tabela do frete e caminhoneiros prometem não fazer greve por um ano

Acordo foi fechado em encontro nesta quarta-feira; cronograma prevê acordos coletivos para cada categoria

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Caminhoneiros dizem que a nova tabela não contemplou todos os custos da classe-Foto: Agência Brasil

O governo e os caminhoneiros chegaram a acordo, na noite desta quarta-feira (24), sobre a nova tabela do frete, que foi alvo de críticas por parte da categoria, que prometia fazer uma paralisação até maior do que a do ano anterior se nada fosse alterado.

Segundo o caminhoneiro Vanderlei Alves, o Dédeco, um dos articuladores da paralisação de 2018, que esteve presente no encontro, com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, na tarde desta quarta-feira (24), ficou acertado que “um erro técnico na tabela será corrigido, o que deve elevar o frete em 19%” e que ela contemplará apenas os custos dos autônomos. A remuneração ou lucro do caminhoneiro será acertada em acordos coletivos por cada uma das 11 categorias previstas na tabela, que devem ser fechados até ao fim da próxima semana.

O segmento reclamava que a nova tabela incluía apenas os gastos com o caminhão, não a sua margem de lucro. “Estavam apresentando só o custo, sem remuneração nenhuma. O que eles apresentaram é a mesma coisa que você contratar uma pessoa para trabalhar e não pagar o salário para ela e dar só o vale-alimentação e vale-refeição”, havia dito o Dedéco no sábado passado, dia em que a nova tabela entrou em vigor.

Leia também: Líder dos caminhoneiros: greve pode ser maior do que a de 2018

De acordo com o ministro Freitas, houve uma má interpretação da tabela. “A tabela que foi gerada é uma tabela de custos operacionais, ou seja, é o mínimo, é só o custo mesmo. Então não têm as parcelas adicionais que compõem o frete. (…) Houve um problema de interpretação. Ao longo dessas negociações surgiu a possibilidade, que está prevista na lei, de fazer esses acordos coletivos”, afirmou o ministro nesta quarta (24), após o encontro com cerca de 80 caminhoneiros. 

 Os custos mínimos serão revistos a cada seis meses e a ideia é que os acordos sejam rediscutidos a cada ano.

Cada acordo coletivo vai prever um percentual para cada tipo de carga em cima dos valores previstos na tabela que foi elaborada pela Esalq-Log, agência ligada à Universidade de São Paulo (USP), em conjunto com a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), depois de várias audiências públicas.

Erro técnico e promessa de fim das ameaças

De acordo com Dedéco, além de promover os acordos coletivos, o ministro também aceitou que os cálculos da tabela fossem refeitos para corrigir o que chamou de “erro técnico”. Os pisos mínimos, diz, estão com uma diferença de 19%, uma vez que vários gastos não estariam sendo contemplados.

Em troca da revisão da tabela e do fechamento dos acordos coletivos, as lideranças dos caminhoneiros se comprometeram a não fazer greve no próximo ano, avançou Dedéco ao Economia Bárbara.

A tabela do frete é alvo de ações na Justiça da indústria e do agronegócio, que se queixam que a imposição de um piso para o frete fez disparar os custos de transporte das empresas.

*Com agências

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