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Em meio às crises na região e guerra comercial, Brasil recebe 11ª Cúpula dos Brics

Encontro de dois dias em Brasília dos cinco emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) deve abordar temas como tecnologia e combate à corrupção e deixar de fora as tensões na América Latina; banco do grupo deve sair fortalecido

Redação

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11ª Cúpula dos Brics–grupo de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul– acontece nesta 4ª e 5ª em Brasília–Foto: Agência Brasil

A 11ª Cúpula do Brics (grupo dos países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ocorrerá nesta quarta-feira (13) e quinta (14), no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília. O encontro anual dos líderes dos cinco emergentes acontece em meio à escalada das crises na América do Sul e incertezas quanto aos avanços de um acordo entre EUA e China para pôr fim à guerra comercial entre as duas potências.

A região vive escalada de violência e instabilidade política: protestos na rua levaram à renúncia de Evo Morales da Presidência da Bolívia e emparedaram os presidentes Sebastián Piñera , no Chile, e Lenin Moreno, no Equador. Na Argentina, reviravolta no poder, com a volta da esquerda pela mão de Alberto Fernández; na Colômbia, de Ivan Duque, a guerrilha abandonou o acordo de paz, Mario Benítez, no Paraguai está sob ameaça de impeachment e Martín Vizcarra fechou o Congresso no Peru. Na Venezuela, são esperados levantes populares contra o governo de Nicólas Maduro, promovidos pelo oposicionista, Juan Guaidó, no próximo sábado (16).

As crise latinas, porém, devem ficar de fora dos debates entre os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, da China, Xi Jinping, da Rússia, Vladimir Putin, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa e do premiê da Índia, Narendra Modi.

Nesta quarta (13), o presidente Jair Bolsonaro passará a manhã em reunião com o presidente chinês, Xi Jinping. Os dois se reuniram em outubro, na China, quando Bolsonaro esteve na Ásia e no Oriente Médio. A China é protagonista da guerra comercial, iniciada há mais de 18 meses pelos EUA, que vem desacelerando a sua economia e a do resto do mundo.

Ainda na tarde desta quarta, Bolsonaro recebe o primeiro-ministro indiano Narendra Modi em audiência no Palácio do Planalto. Em seguida, os líderes participam do encerramento de um fórum que, segundo o Itamaraty, reúne cerca de 500 empresários dos cinco países.

A Cúpula do Brics em si acontece na manhã de quinta. Bolsonaro, Ramaphosa, Xi Jinping, Putin e Modi fazem uma reunião a portas fechadas e sigilosa, seguida de uma reunião aberta e com transmissão.

Neste ano, a reunião tem como tema “Crescimento Econômico para um Futuro Inovador”. Segundo o Itamaraty, serão discutidos, prioritariamente, temas relacionados à ciência, tecnologia e inovação, economia digital, saúde e combate à corrupção e ao terrorismo.

Ao fim, os líderes assinarão a Declaração de Brasília, um documento com as conclusões do encontro. O teor desse texto já vem sendo discutido há semanas pelos “sherpas”, nome dado ao principal negociador de cada país no bloco.

Na tarde de quinta, já após a cúpula, Bolsonaro terá reuniões separadas com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

Juntos, os países-membros dos Brics, representam cerca de 42% da população, 23% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas) mundial, 30% do território e 18% do comércio mundial.

Banco dos Brics: novidades

A expectativa é que da reunião saiam novidades em relação ao Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), banco dos Brics, criado na última cúpula sediada no Brasil, em 2014. O capital subscrito inicial do banco é de US$ 50 bilhões, dos quais US$ 10 bilhões serão integralizados em partes iguais, pelos cinco países, até 2022.

O NBD já aprovou mais de US$ 8 bilhões em projetos de financiamento de infraestrutura e de energia renovável nos países-membros.

A previsão é que o banco seja aberto para membros de fora do grupo. O objetivo é fazer com que a instituição cresça a ponto de ficar do tamanho de organismos multilaterais, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento.

*Com Estadão e G1

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