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Confira o que os principais bancos centrais do mundo vão fazer em 2020

Com perspectivas econômicas melhores, a previsão é que as taxas de juros sigam inalteradas no ano que vem, mas nos países emergentes a postura ainda é ‘dovish’

Redação

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Fed, BC dos EUA: expectativa é que as taxas permaneçam entre 1,5% e 1,75% em 2020-Foto: Reprodução

As perspectivas para o crescimento econômico estão melhores, mas as dúvidas ainda deixam a política monetária no mundo estar mais inclinada para o lado “dovish” (a favor de taxas de juros menores).

Enquanto os grandes bancos centrais apontam para a manutenção dos juros, outros, especialmente nos mercados emergentes, devem cortar as taxas novamente.

No Brasil, por exemplo, o mercado espera que a taxa básica de juros, a Selic, permaneça em 4,50% ao ano, a menor da história, ao longo de 2020, mas o grupo do Top5, os economistas que mais acertam as previsões, apostam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) promova um corte de 0,25 ponto percentual, para 4,25% no ano que vem, diante da inflação controlada e crescimento ainda gradual da economia.

Confira abaixo a revisão trimestral da Bloomberg Economics para alguns bancos centrais.

FED (BC dos EUA)

  • Taxa de juro atual (limite superior): 1,75%
  • Previsão para fim de 2020: 1,75%

O presidente do Fed (banco central dos EUA), Jerome Powell, não deixou dúvidas de que as taxas de juros estão em manutenção prolongada, ao dizer em 11 de dezembro que a postura atual “provavelmente continuará apropriada”, a menos que a perspetiva favorável do Fed para a economia sofra uma reavaliação significativa. As declarações seguiram a decisão de manter as taxas de juro estáveis em um intervalo de 1,5% a 1,75%, após três cortes consecutivos de 0,25 ponto percentual. As projeções do Fed mostram que 13 dos 17 membros não esperam mudanças nas taxas até 2020. Isto manteria a autoridade à margem durante as eleições presidenciais de novembro.

Banco Central Europeu

  • Taxa de depósitos atual: -0,5%
  • Previsão para fim de 2020: -0,5%

O BCE prometeu intensificar os estímulos novamente se necessário, mas as autoridades sinalizaram publicamente que favorecem uma pausa depois de Mario Draghi ter aprovado um pacote polêmico em setembro para ajudar a economia da Zona do Euro.

Economistas e investidores esperam que as taxas permaneçam inalteradas, e a flexibilização quantitativa continue durante todo o ano de 2020. Mas o banco central ainda poderá ser testado novamente se a economia vacilar sob incertezas no campo comercial ou se a desaceleração do setor industrial do bloco se espalhar para o setor de serviços.

Banco do Japão

  • Taxa de juro atual: -0,1%
  • Previsão para fim de 2020: -0,1%

As perspetivas para o Banco do Japão em 2020 estão um pouco melhores após um pacote de gastos do governo para impulsionar o crescimento e alguns sinais de aceleração da economia global. Este cenário deve deixar os juros japoneses inalterados. Com a taxa negativa e ativos no balanço patrimonial que valem mais do que a economia do país, os obstáculos para agir novamente são muitos, apesar do viés de afrouxamento.

Banco da Inglaterra

  • Taxa de juro atual: 0,75%
  • Previsão para fim de 2020: 0,75%

O Banco da Inglaterra finalmente terá um novo presidente em 2020, encerrando uma demanda caótica para o sucessor de Mark Carney.

A vitória decisiva de Boris Johnson nas eleições de dezembro abriu caminho para que o seu governo retire o país da União Europeia a 31 de janeiro. Andrew Bailey, que comanda a principal agência reguladora do Reino Unido, assume o comando do BOE a 16 de março com o desafio de enfrentar uma desaceleração global e escassez persistente de investimentos. O mais preocupante é que o novo prazo para o Brexit já está próximo, e o Reino Unido precisa de garantir um acordo comercial com a UE até o fim do próximo ano, a menos que Johnson peça uma extensão. A expectativa é que as taxas de juros por lá permaneçam inalteradas em 0,75% ao ano.

Banco Popular da China

  • Melhor taxa de empréstimos a 1 ano atual: 4,35%
  • Taxa de recompra reversa de 7 dias atual: 2,50%
  • Previsão para fim de 2020: 4,35%; 2,35%

Os analistas que previam o início da flexibilização monetária em larga escala pelo Banco Popular da China em 2019 ficaram desapontados, e o governador Yi Gang indicou que pretende seguir o caminho modesto e focado em estímulos em 2020. Dito isto, se a segunda maior economia do mundo piorar, os economistas esperam que o banco central continue injetando dinheiro no sistema, como tem sido o método preferido para sustentar a economia neste ano, ao invés, de cortar juros.

Banco Central do Brasil

  • Taxa de juro atual: 4,5%
  • Previsão para fim de 2020: 4,5%

O Banco Central do Brasil fecha um ciclo de afrouxamento monetário que levou a taxa básica de juros, a Selic, para um mínimo histórico de 4,5% ao ano. Foram quatro cortes de 0,50 ponto percentual desde julho, quando a taxa estava em 6,50%. Embora ainda se equacione um corte de 4,50% para 4,25%, o mercado está de acordo que a taxa de juro deve permanecer próxima do nível atual até ao fim de 2020.

O período sem precedentes de cortes de juros é suportado pelo fato das expectativas de inflação permanecerem dentro da meta oficial nos próximos dois anos. A economia também ganha força depois de quase três anos de desempenho decepcionante-o mercado espera que o país cresça 2,28% em 2020- mas a recuperação deve continuar gradual.

Banco do México

  • Taxa overnight atual: 7,25%
  • Previsão para fim de 2020: 6,5%

O Banco Central do México reduziu a taxa de juros em um ponto percentual em 2019 em relação ao maior nível em uma década, após a inflação ter atingido a meta de 3% com crescimento econômico estável. Com uma recuperação econômica moderada prevista para 2020, é provável que o banco central mexicano siga com os cortes de juros.

*Da Bloomberg


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