A China está insistindo que as tarifas já aplicadas aos seus produtos pelos EUA devam ser revertidas como parte da primeira fase do acordo comercial com os EUA, disse o jornal “Global Times” da China neste domingo (1º) citando fontes não identificadas, em meio à incerteza contínua sobre se os dois lados podem fazer um pacto.
“Uma promessa dos EUA de descartar tarifas programadas para 15 de dezembro não pode substituir as reversões de tarifas”, disse o jornal em um tuíte, referindo-se a uma rodada adicional de tarifas sobre as importações chinesas a serem implementadas na ausência de um acordo comercial.
O “Global Times” é publicado pelo “People’s Daily”, o jornal oficial do Partido Comunista da China.
Na terça-feira (26), o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Washington estava no “ponto final” de um acordo que visa neutralizar uma guerra comercial de mais de 18 meses com a China. Os principais negociadores comerciais de ambos os países também se pronunciaram novamente e concordaram em continuar trabalhando nas questões restantes.
Especialistas em comércio e pessoas próximas à Casa Branca disseram à Reuters no mês passado, no entanto, que a assinatura de um acordo de ” fase 1″ pode não ocorrer até o ano novo, já que a China pressionou por uma reversão mais ampla de tarifas. Esperava-se inicialmente que um acordo fosse concluído até o final de novembro.
O presidente do Comitê de Finanças do Senado dos EUA, Chuck Grassley, disse a repórteres na terça-feira (26) que Pequim convidou o representante comercial dos EUA Robert Lighthizer e o secretário do Tesouro Steven Mnuchin para conversas pessoais em Pequim.
Grassley disse que Lighthizer e Mnuchin estavam dispostos a partir caso vissem “uma chance real de conseguir um acordo final”.
Uma fonte familiarizada com as negociações comerciais também disse à Reuters que as autoridades americanas poderiam viajar para a China após o feriado de Ação de Graças de quinta-feira (28) nos EUA.
Na semana passada, após o presidente Trump ter assinado uma lei que apoia os protestos pró-democracia em Hong Kong, a China já se havia mostrado irritada com a ingerência do país em questões do território chinês, e admitiu que poderia impor represálias aos americanos. A ameaça passou a ser vista como um complicador para a primeira fase do acordo avançar.
*Com CNBC