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Caminhoneiros anunciam greve no Rio, Paraná e Pernambuco para amanhã; categoria está dividida

Motoristas autônomos prometem parar em Curitiba, Ponta Grossa, Barra Mansa e Recife; via Dutra pode ser fechada; movimento, porém, não é consenso

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Em 2018, caminhoneiros fecharam as estradas por dez dias– Foto: Agência Brasil

A paralisação dos caminhoneiros autônomos prevista para esta quarta-feira (4) em todo o Brasil foi confirmada até agora em três Estados: Rio de Janeiro, Paraná e Pernambuco. A categoria, porém, está dividida. O caminhoneiro Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, um dos articuladores da paralisação de 2018, disse que não vai aderir à greve.

“Isso é coisa de sindicalista. Não quero nem saber desses movimentos”, afirmou Dédeco.

Leia: Caminhoneiros discutem nova greve e indústria pede volta da tabela do frete

Neste terça (3), caminhoneiros de Curitiba e de Ponta Grossa, no Paraná, já deram início aos protestos. O caminhoneiro conhecido por Emerson Chiquito publicou um vídeo com vários caminhões encostados na beira da estrada, convocando outros autônomos pelo país a aderirem ao movimento. “O governo virou as costas para nós”, diz, em um trecho da mensagem.

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Houve também mobilizações em Barra Mansa, no Rio, com uma passeata pacífica com cerca de 60 caminhões pela Rodovia Presidente Dutra, no trecho entre Barra Mansa e Itatiaia. Também há vídeos circulando com motoristas avisando que a Dutra, que liga São Paulo ao Rio, vai ser fechada nesta quarta (4).

O líder do movimento independente no Recife, Marconi França, confirmou a adesão à greve e diz que a movimentação nas estradas do Estado de Pernambuco está marcada para começar a partir das 6h.

Esta quarta-feira (4) foi escolhida pela categoria para o movimento, porque era o dia que o Supremo Tribunal Federal (STF) havia marcado para julgar as ações da indústria e agronegócio que contestam a tabela do frete.

A tabela com preços mínimos para o transporte de cargas no país, criada no dia 30 de maio de 2018, foi uma exigência dos caminhoneiros para porem fim à greve, que durou dez dias e causou desabastecimento geral.

O STF, entretanto, adiou o julgamento e causou revolta entre os caminhoneiros, que acreditavam que o Supremo iria considerar constitucional a iniciativa do governo. O adiamento também não agradou à indústria.

Leia: Governo acerta revisão na tabela do frete e caminhoneiros prometem não fazer greve por um ano

O STF decidiu pelo adiamento atendendo a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) para que as três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs) que tratam do tabelamento do frete, não fossem julgadas na primeira semana de setembro. Segundo o governo, estão sendo feitas negociações com caminhoneiros para que haja um acordo que agrade a todos os lados.

Além de protestarem contra o adiamento do julgamento do tabelamento, a categoria pede uma maior fiscalização da tabela do frete pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

A tabela que está valendo é a de 30 de maio do ano passado. O governo pediu à ANTT que suspendesse a nova tabela, que havia entrado em vigor em 20 de julho, mas que desagradou aos caminhoneiros. Eles dizem que o novo tabelamento só leva em conta os custos da categoria, e não a sua remuneração.

O governo concordou que a remuneração, ou seja, o lucro dos caminhoneiros, seria decidido em acordos coletivos com cada uma das 11 categorias de caminhoneiros, mas esses contratos ainda não foram fechados.

Já a indústria pediu que o governo levante a suspensão para que a nova tabela volte a vigorar.

Veja vídeo de motoristas se mobilizando em Barra Mansa

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