Economia
Brasileiro está entre os que menos pagam propina no dia a dia no continente
Conclusão é da 10ª edição do Barômetro Global da Corrupção, divulgada pela ONG Transparência Internacional-Brasil, nesta segunda-feira
Apesar da percepção da forte presença da corrupção no cotidiano dos brasileiros, os resultados da 10ª edição do Barômetro Global da Corrupção, divulgada nesta segunda-feira (23) pela ONG Transparência Internacional-Brasil, contrariam esse entendimento: o brasileiro é um dos que menos pagam propina na América Latina e Caribe.
No Brasil, apenas 11% dos entrevistados no país que relataram pagamento de propina para ter acesso a algum serviço público básico, como atendimento médico, obtenção de vaga em escola ou de alguma licença. Apenas Costa Rica (7%) e Barbados (9%) tiveram taxas inferiores.
O resultado do Brasil foi idêntico ao da edição anterior de 2017 (dados coletados em 2016). Na outra ponta da pesquisa, estão México (34%) e Venezuela (50%).
“Em outros países da nossa região, paga-se suborno até para receber uma carta ou para que recolham o lixo de casa. Essa nem de longe é a realidade do brasileiro. Claro que não se pode ficar contente com uma taxa de 11%, pois nos países de menor corrupção do mundo estas taxas aproximam-se de 0. Mas um alerta que o Barômetro novamente traz é que o problema mais grave da corrupção no país está no topo, em grandes esquemas de contratações públicas e processos eleitorais, por exemplo”, comenta o diretor-executivo da Transparência Internacional – Brasil, Bruno Brandão.
Brasileiro diz ser parte da solução para combater a corrupção
Outro destaque do Brasil na pesquisa foi a conscientização da sociedade em relação ao problema e sobre seu papel na solução. Para 90% dos entrevistados brasileiros a corrupção é um grande problema no país. Este resultado está acima da média da região, que é de 85%.
O resultado dos brasileiros também ultrapassa a média para a pergunta sobre seu papel na solução: 82% acreditam que o cidadão comum pode fazer a diferença na luta contra a corrupção, enquanto a média regional é de 77%.
O resultado anteriormente coletado no país para esta pergunta, em 2016, era de 83% e foi a taxa mais alta não apenas da região, mas em toda a amostra mundial (77 países).
Foram ouvidas 17 mil pessoas, entre janeiro e março deste ano, em 18 países da América Latina e Caribe.